O ser humano vive em constante evolução, exemplo disso é o aumento exponencial da expectativa de vida no último século. São diversos fatores que envolvem esta longevidade, como por exemplo, o surgimento do saneamento básico, a descoberta de antibióticos, as vacinas, a detecção precoce das doenças, mudanças nos hábitos de vida e tanto outros. Para as mulheres, do ponto de vista hormonal, essa evolução foi parcial. Sabe-se que meninas estão se tornando mulheres cada vez mais rápido, devido a média da primeira menstruação ter reduzido de 14-16 anos para 9-12 anos de idade. Porém, a idade para início da falência hormonal persiste na faixa entre os 40 e 55 anos, fase conhecida como climatério. Quando seguida da ausência da menstruação por 12 meses consecutivos, culmina na menopausa.
A longevidade obtida nas últimas décadas é claramente positiva, porém traz consequências. As mulheres atualmente vivem um terço ou mais de suas vidas na pós menopausa e muitas sofrem as consequências disso. Esse acontecimento é preocupante, pois as mulheres com mais de 40 anos estão praticamente no auge da sua vida, com realizações tanto familiares quanto profissionais. Porém, seu corpo, não consegue acompanhar a sua mente e 80% das mulheres passam a conviver com os sintomas aterrorizantes da menopausa.
Já se sabe o mecanismo que leva a menopausa, bem como as consequências da deficiência dos principais hormônios femininos, como estrógenos e a progesterona, seguidos dos da tireoide e a testosterona. As consequências deste desequilíbrio são diversas perturbações caracterizadas principalmente pelos fogachos, com seus calores diurnos e noturno, a instabilidade emocional, podendo ter surtos de irritabilidade e de melancolia, a letargia cognitiva, com lapsos de memória, a perda de libido e o cansaço irregular. São diversos os sintomas e consequências da pós menopausa, e estes estão relacionados a deficiência dos hormônios. Estudos acontecem desde a década de 50 na busca por mecanismos para controlar essa síndrome.
Seguindo uma ordem cronológica, em 1960, descobriu-se que os estrógenos equipos conjugados, quando administrados em mulheres na menopausa melhoravam maioria dos sintomas. Passaram-se 10 anos de amplo uso, até que foi descoberto que cerca de 40% das mulheres que faziam uso deste hormônio manifestavam doenças no endométrio, e que muitas das vezes evoluía para o câncer endometrial.
Já na década de 70, outro hormônio foi associado ao estrógeno: os progestogenos conhecido na época por ter alta eficiência em controlar as doenças endometriais causadas pelos estrógenos. Essa combinação foi usada por décadas, aumentando os índices das prescrições médicas para a reposição hormonal, estes foram usados até meados de 1990 e resistem até os dias de hoje.
No ano de 1994, um grupo americano provou que a associação dos hormônios (estrógenos e progestogenos) aumentavam a chance de derrame cerebral, infarto, trombose e câncer de mama nas mulheres que faziam uso por mais de quatro anos. Desde então, estudos foram realizados até a descoberta de novos hormônios, inclusive os bioidênticos (Hormônios Homólogos Humanos).
Estudos relacionados a novas doses, outras vias de administração, diferentes da oral, também foram testadas. Daí então, começou a separação e intercalação do uso destes dois hormônios, procedimento este, que foi considerado como uma ótima opção para minorar os sintomas da menopausa e os efeitos colaterais indesejáveis dos hormônios.
Atualmente, sabe-se que o uso dos hormônios é seguro e salutar para as mulheres. Porém, o tipo de hormônio usado, a dosagem, a forma de administração e o tempo de uso serão determinados pelo médico após uma avaliação criteriosa e levando em conta a necessidades individuais de cada paciente.
Para saber se a terapia hormonal é uma opção de tratamento adequada para você, procure seu médico.
REFERÊNCIAS
Disponível em: https://www.sogesp.com.br/canal-saude-mulher/blog-da-mulher/climaterio-ou-menopausa/. Acesso em 06/08/2022.
Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/menopausa-e-climaterio/. Acesso em 06/08/2022. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/menopausa-e-terapia-hormonal-na-menopausa-thm/. Acesso em 06/08/2022.